GABINETES DO GOVERNO CUSTAM 74,2 MILHÕES DE EUROS POR ANO
EQUIPA DOS 70 MEMBROS DO EXECUTIVO GASTARÁ MAIS 880 MIL €
SÉRGIO AZENHA
Os gabinetes dos 70 membros do Governo vão custar, em 2022, mais de 74,2 milhões de euros. É um aumento de 880 mil euros, face aos 73,3 milhões de euros orçamentados para 2021. Os ministros da Saúde, dos Negócios Estrangeiros e das Finanças têm os crescimentos mais elevados: Marta Temido recebe mais de 1,3 milhões de euros, um crescimento de 9,5%; Augusto Santos Silva tem quase
1,8 milhões de euros, um aumento de 7,5%, e João Leão conta com
1,5 milhões de euros, um crescimento de 6%.
A análise dos orçamentos dos gabinetes governamentais revela que nem todos os ministros e secretários de Estado têm acréscimos de verbas: no conjunto dos gabinetes dos 19 ministérios, incluindo ministros e secretários de Estado, 11 recebem mais fundos e oito contam com um montante igual ao de 2021. Entre os ministros, Francisca Van Dunem, titular da Justiça, é a única com cortes no orçamento: o seu gabinete recebe menos 1% (ver infografia).
As verbas do gabinete do primeiro-ministro são também reforçadas: António Costa dispõe de quase 3,3 milhões de euros, um crescimento de 0,8% face a este ano. Como primeiro-ministro, Costa tem o gabinete com a verba mais elevada. No global, os fundos dos gabinetes dos membros do Governo aumentam
1,2%, acima da taxa de inflação de 0,9% prevista para este ano e para 2022.
O Executivo tem 70 gabinetes: um do primeiro-ministro, 19 de ministros e 50 de secretários de Estado. Nestes gabinetes, estão a trabalhar 1273 pessoas, segundo os últimos dados da Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP). É o número mais elevado de sempre. Por comparação, em junho de 2020, os gabinetes governamentais tinham 1236 pessoas.
A maior parte das verbas dos gabinetes dos ministros e secretários de Estado é utilizada no pagamento de despesas com pessoal. Por exemplo, no gabinete do primeiro-ministro, do orçamento global de cerca de 3,3 milhões de euros, mais de 2,58 milhões de euros destinam-se a fazer face a encargos com salários, descontos para a Segurança Social (SS) e Caixa Geral de Aposentações (CGA), subsídio de refeição, suplementos e prémios. Ou seja,
MINISTRA DA SAÚDE RECEBE MAIS DE 1,3 MILHÕES DE EUROS
78% dos gastos estão relacionados com remunerações.
No gabinete do ministro do Ambiente, o peso das despesas com pessoal é mais elevado: de um orçamento de 1,2 milhões de euros, João Pedro Matos Fernandes destina mais de 1,13 milhões de euros ao pagamento do mesmo tipo de encargos acima referidos. Ou seja, 94% da despesa está relacionada com remunerações.
Já Pedro Siza Vieira destina menos dinheiro para o pagamento de despesas com pessoal: do orçamento total de mais de dois milhões de euros, o ministro da Economia canaliza quase
1,3 milhões de euros para essa área. Ou seja, 63% da verba total do seu gabinete.
PRIMEIRA PÁGINA
pt-pt
2021-10-17T07:00:00.0000000Z
2021-10-17T07:00:00.0000000Z
http://quiosque.medialivre.pt/article/281483574573202
Cofina