Aeroportos dão 1,1 mil milhões de receita à ANA em 2023
MARIA JOÃO BABO mbabo@negocios.pt
Desde que foi vendida ao grupo Vinci, a concessionária dos aeroportos nacionais obteve proveitos de quase 7 mil milhões de euros. Em 2023, o volume de negócios da ANA alcançou um valor recorde, que representa mais do dobro do que a empresa gerava há dez anos.
Com o tráfego nos aeroportos nacionais a bater recordes, também o volume de negócios da ANA atingiu em 2023 níveis históricos, ultrapassando pela primeira vez os mil milhões de euros.
De acordo com a apresentação dos resultados anuais do grupo Vinci, que ganhou em 2012 a privatização da concessionária dos aeroportos portugueses com uma proposta de 3.080 milhões de euros, as receitas da ANA somaram no ano passado mais de 1,1 mil milhões de euros, contribuindo com 28% para os proveitos totais, de 3.947 milhões, apurados pela Vinci Airports. Um valor que representa um crescimento de mais de 21% face aos 910 milhões de euros registados em 2022, que tinha sido já o ano com o maior volume de negócios desde a privatização.
De acordo com o grupo francês, relativamente ao EBITDA a ANA garantiu no ano passado 29% dos 2.495 milhões de euros apurados, ou seja, cerca de 724 milhões, o que representa também um acréscimo de cerca de 21% face a 2022.
Desde que o grupo francês venceu a privatização da empresa, as receitas geradas pela ANA cresceram todos os anos até 2019. Em 2014, o primeiro ano completo sob gestão da Vinci, os proveitos registados pelos aeroportos portugueses foram de 509 milhões de euros, no ano seguinte de quase 566 milhões e em 2016 subiram aos 654 milhões. Em 2017, ultrapassaram os 760 milhões, em 2018 atingiram os 835 milhões, para em 2019 chegarem aos 898 milhões de euros. No entanto, devido à pandemia, em 2020 a empresa não foi além dos 287 milhões de euros e em 2021 as receitas foram de cerca de 422 milhões de euros.
7 mil milhões em 10 anos
Em dez anos, a ANA gerou, assim, proveitos de quase 7 mil milhões de euros, ou seja, mais dobro do que o que foi pago na privatização da empresa que tem a concessão dos aeroportos portugueses até 2063. As receitas de 1,1 mil milhões de euros geradas em 2023 representam mais do dobro (117%) dos pouco mais de 500 milhões registados em 2014.
No ano passado, de acordo com os resultados da Vinci, passaram pelos aeroportos portugueses 66,3 milhões de passageiros, dos quais 33,6 milhões pelo Humberto Delgado. Números que ultrapassam os apresentados em 2022 em mais de 19%, assim como superam em 12,2% e 7,9%, respetivamente, os apurados em 2019, antes da pandemia.
O contributo de Portugal para o volume de negócios da Vinci Airports foi, no ano passado, superado apenas pelo Reino Unido. Os dois mercados foram também os que mais pesaram no
EBITDA anunciado pela empresa francesa.
Já relativamente à dívida líquida da Vinci Airports, no valor de 8,781 milhões de euros, a ANA representa 5%, ou seja, cerca de 440 milhões.
A maior operadora privada de aeroportos do mundo, que tem agora mais de 70 plataformas em 13 países, atingiu no ano passado os 267 milhões de passageiros, ultrapassando os 255 milhões que tinha registado antes da pandemia. As receitas, de mais de 3,9 mil milhões de euros, representam uma subida de 50% face aos 2,6 mil milhões apurados em 2019, e de 44,4% comparativamente a 2022. Também a margem EBITDA atingiu os 63,2%, superando igualmente os 55,7% registados no ano anterior à pandemia, assim como os 59% de 2022.
Para 2024, as perspetivas da Vinci para esta área de negócio apontam para um “número de passageiros ligeiramente superior aos níveis de 2019”, mas ainda “com variações entre aeroportos e geografias”.
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