Asemana continua a assemelhar-se a uma montanha-russa para o setor da banca, nomeadamente nos Estados Unidos.

Depois de no domingo ser conhecida a solução para o Credit Suisse, com a sua compra pelo rival e conterrâneo UBS, havia esperança dos investidores numa recuperação das ações da banca.

O sentimento positivo saiu reforçado após a Bloomberg ter noticiado que o Departamento do Tesouro dos EUA estava a trabalhar numa medida temporária para garantir todos os depósitos nas instituições financeiras a operar no país, suspendendo o atual limite de 250 mil dólares garantidos. Esta medida, dizia a agência de informação financeira, iria aplicar-se durante dois anos e não necessitaria de aprovação formal do Congresso, já que o Tesouro poderia recorrer aos 30 biliões de dólares que estão no Exchange Stabilization Fund.

Mas, quarta-feira, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, declarou no Senado que “tal matéria não foi sequer discutida”, referindo-se a uma garantia que cobrisse na íntegra todo e qualquer depósito. As palavras de Yellen, momentos após o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, ter anunciado uma subida de 25 pontos base nas taxas diretoras , ajudaram a tingir de vermelho Wall Street, com o setor da banca a ser o mais castigado.

Ontem, contudo, Janet Yellen “temperou” as suas palavras. A responsável das Finanças do governo de Joe Biden disse num comité da Câmara dos Representantes que os reguladores estão preparados para tomar medidas adicionais para proteger os depósitos.

As medidas tomadas pelas autoridades federais “foram decididas para garantir aos americanos que os depósitos estão seguros”. Mas, desta feita, Yellen acrescentou que “certamente, estaremos preparados para adotar medidas adicionais se necessário”.

“Como já disse, usámos instrumentos importantes para agir rapidamente e evitar o contágio” entre os bancos com problemas e o restante sistema bancário. A responsável sublinhou, tal como na véspera, que poderão ser adotadas exceções ao tecto nas garantias dos depósitos em casos específicos de bancos que estejam em dificuldades.

As ligeiras mudanças no discurso de Yellen foram suficientes para permitir que os principais índices bolsistas de Nova Iorque fechassem no verde. Ainda assim, o setor da banca não escapou a quedas, mas atenuou as perdas registadas durante o dia.

Nos Estados Unidos, o início do mês assistiu ao colapso do Silvergate Capital, ligado ao setor cripto, poucos dias depois foi a vez do Silicon Valley Bank (SVB) e seguiu-se o Signature Bank. Também o First Republic Bank tem enfrentado dificuldades e as suas ações continuam a desvalorizar, tendo perdido 6% ontem.

Yellen garantiu que existem instrumentos para proteger os depositantes.