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O THE VOICE E JUDITE

POR PAULO ABREU CHEFE DE REDAÇÃO

1. Num país onde, ao domingo à noite, o BB ou o Agricultor levam (quase sempre) a melhor nas audiências, ver o The Voice, da RTP1, ficar perto do reality show da TVI e à frente do da SIC, com 870 mil espectadores, é um bom sinal – se olharmos, então, para os míseros números do Telejornal

(480 mil), que lhe antecede na grelha, é fantástico. No regresso da nova temporada, confirma-se aquilo que sempre defendi: este é o melhor formato de entretenimento da TV. Os apresentadores Catarina Furtado e Vasco Palmeirim, mais interventivos nas provas cegas, formam uma dupla cúmplice e feliz. Os mentores são uma verdadeira equipa, que se complementa na perfeição: a sexy Aurea está mais solta no discurso; António Zambujo, o mais reservado, dá mostras de estar integrado; o competitivo Diogo Piçarra vive de forma intensa todos os momentos; e Marisa Liz é a cereja em cima do bolo. Chora, ri, canta, veste a pele de mãe, de professora, de psicóloga, de amiga. Aliando tudo isto a uma produção fantástica, a mais música cantada em português e ao talento dos concorrentes, que já ultrapassa fronteiras – a jovem nascida no Irão é um exemplo –, podemos sentar-nos no sofá e, em família, desfrutar a sério.

2. Num país onde o mérito perde vezes sem conta para coisas tão estranhas na vida, é com satisfação que vejo Judite Sousa regressar ao pequeno ecrã. Em 2019, quando bateu com a porta da TVI, por se sentir abandonada e amargurada, escrevi que não estaria muito tempo afastada do ecrã. Enganei-me. Esteve dois anos. Quase um crime, esta travessia de deserto, pois é provavelmente a profissional mais completa que conheço. A CNN Portugal viu o que mais ninguém viu e foi buscá-la. Excelente notícia, obviamente.

3. O assunto não merece mais do que estas linhas. As nossas televisões estiveram no MIPCOM, a maior feira de conteúdos do mundo, e Cristina Ferreira, diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, não resistiu a mostrar a sua aventura em Cannes, que até passou pelo Mónaco. Não esperava que revelasse os negócios que fez, esperava só que evitasse um certo deslumbramento social. Em viagem de trabalho, faz pouco sentido ver fotos suas com hotéis e bólides como pano de fundo. Quem a faz ver isto?

A ESCALDAR

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2021-10-21T07:00:00.0000000Z

2021-10-21T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/281573768894583

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