Subida de juros agrava fatura das empresas em mil milhões
Com as taxas Euribor a renovar máximos, fatura das empresas com empréstimos vai subir de forma significativa, conclui o Banco de Portugal. Setor da construção e microempresas serão os mais afetados, mas ainda há margem de amortização e de redução de encar
SUSANA PAULA susanapaula@negocios.pt
Afatura das empresas com empréstimos deve agravar-se em cerca de 1,2 mil milhões de euros face ao ano passado, pela subida dos juros, o que coloca a taxa implícita em níveis de 2015.
A conclusão é do Banco de
Portugal (BDP) que, no Boletim Económico divulgado na quinta-feira, simula o impacto da subida das taxas de juro na situação financeira das empresas. Para isso, compara a despesa com juros nos últimos 12 meses com a despesa com juros estimada para os próximos 12 meses, com base nas expectativas de subida das taxas de mercado.
Acompanhando o aumento dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE), as taxas Euribor - que são os indexantes usados habitualmente nos empréstimos bancários em Portugal - têm estado a subir em todas as maturidades. E esta subida de taxas reflete-se no custo de financiamento bancário das empresas, tanto nos novos empréstimos como nos empréstimos existentes com taxa variável ou mista, em função da variação do indexante e da frequência de atualização, resume o BDP. E de acordo com os dados do banco central, a esmagadora maioria (89%) dos créditos das empresas estão indexados à Euribor, dos quais 43% à de 12 meses e 37% pela a seis meses.
Contas feitas, o custo com juros agrava-se em cerca de 1,2 mil milhões de euros num ano (ou seja, entre no ano terminado em julho 2023). Isto corresponde a um aumento da taxa de juro implícita de 1,58 pontos percentuais, colocando o valor da taxa de juro a níveis de julho de 2015: nos 1,76% nos empréstimos com maturidade superior a um ano e nos 1,8% nas maturidades inferiores.
O impacto é significativo. Assumindo a mesma variação de taxa para o encargo total com juros, ou seja incluindo fontes de financiamento além dos créditos bancários, o banco central admite um aumento de custos que corresponda a 5,9% do EBIDTA (o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de 2019. Ao mesmo tempo, o BDP vê outros indicadores financeiros das empresas a deteriorar-se. “O rácio entre os juros e o EBITDA ficará entre os valores verificados em 2015 e 2016”.
Mas há setores que serão mais afetados pela subida das taxas de juro - devido ao facto de o rácio entre a dívida e o EBITDA ser “rela
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